A comunidade Chinesa em Portugal no contexto de pandemia

“Os próximos dois anos vão ser difíceis, na China há restrições à saída de capital”

Os empresários chineses mantêm o interesse em investir em Portugal, mas os “próximos dois anos vão ser difíceis” afirma Un I Wong, vice presidente da Assembleia-Geral da Associação de jovens empresários Portugal-China, em entrevista ao Canal S+.

A advogada, nascida em Macau, explica que a pandemia da COVID-19 está a afectar o mundo inteiro do ponto de vista sanitário mas também do económico e a China implementou “restrições à saída de capital”, avança.

A viver em Portugal há dez anos, para onde veio estudar, Un I Wong constata que o comércio da comunidade chinesa tem vindo a recuperar com o desconfinamento e que “o medo e o receio sentido pelos portugueses no início da pandemia foi ultrapassado”. A jovem advogada revela que as lojas e os restaurantes chineses desenvolveram, também eles, soluções para combater a crise e continuar a fazer negócio. “Uns criaram lojas online, outros serviços de take-away”, enumera a responsável confiante na recuperação.

Ao concluir a licenciatura em Direito, Un I Wong decidiu ficar em Portugal. A Vice-Presidente da Assembleia Geral da Associação Jovens Empresários Portugal-China garante que os “portugueses são educados e tolerantes” e que são raros os casos reportados de racismo ou de atitudes discriminatórias para com a comunidade chinesa, que ronda neste momento as 30 mil pessoas.

Durante o período do Estado de Emergência em Portugal, foram noticiadas diversas ofertas de equipamentos de proteção individual (EPIs) e de ventiladores por parte de empresários chineses a hospitais nacionais. Un I Wong garante que estes “gestos de solidariedade da China não são novidade”, dado que já em 2017 na altura dos grandes incêndios na região centro do país, a comunidade chinesa uniu-se para ajudar os portugueses. “Eu pessoalmente sinto muito orgulho nisso” adianta Un explicando que na cultura chinesa “Gostamos de ajudar os outros, de manifestar solidariedade”.

Para a Vice-Presidente da Assembleia Geral da Associação Jovens Empresários Portugal-China, a pandemia da COVID-19 trouxe prejuízos a toda a gente, mas apesar dos poucos voos existentes de Portugal para a China, os barcos mantêm-se a funcionar. “É o que tem permitido manter os stocks, apesar de termos de fazer mais inspeções e de desinfectar tudo”, revela a jovem advogada. Há no entanto segundo a responsável “uma grande necessidade de ter um voo de e para a China, a partir de Portugal por causa dos estudantes”. “Eles queixam-se muito porque vêm estudar para aqui e sentem-se muito sozinhos, longe dos pais e da família”, afirma Un I Wong.

Portugal contabiliza pelo menos 1.629 mortos associados à covid-19 em 44.416 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

in Saúde + TV, 08-07-2020 16:58h

 

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